terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Sobre as promessas passadas

Bom, resolvi dar uma conferida nas minhas resoluções de fim de ano passado. Apesar de saber que sou pouco determinada e que minhas resoluções não passam de bravatas, daquelas que não se cumprem.

Aí vão elas:

Nesse ano novo ( 2008) eu prometo:
- perder 3 kg Esse ainda dá tempo
- fazer exercícios essa falhou
- estudar mais estudei sim!
- beber e fumar menos fumar até que sim-
- encontrar mais com os amigos me redimi no final do ano
- e atualizar o blog com frequência essa foi a pior, sumi do blog
Ha ha ha!

O ha ha ha irônico vale como nunca

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Por pouco

Aos 45 do segundo tempo, o presidente Bush prova que é bom em alguma coisa.
Quem mais seria capaz de se desviar de duas sapatadas certeiras seguidas? Fiquei deveras impressionada. É provável que treine diariamente com a primeira dama, ou melhor, o treino deve ser noturno - Ah, não vai subir de novo?! Então, tome!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

complicadinha

Sou uma atriz que não gosta de representar.
Assim como não gosto de refletores (gelatina lavanda). Belíssimos figurinos barrocos (Villela) detesto. Texto dramático, dispenso. Cenários idem.
Falando assim parece que sou chata. Pois bem, sou mesmo mas isso não vem ao caso. O caso é que até acho tudo isso muito bonito, mas

A verdade é que de verdade é mais que isso

Mas a verdade?
Não sei de verdade ou realidade, sei de formas, cheiros e dizeres (por vezes sem sentido). Sei que nada é lavanda ou retalho chique ou curva dramática. Sei que as coisas se sucedem, ou se atropelam, ou simplesmente estão aí.
Sei,
Não sei,
Sei lá.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Cansa

Trabalhar cansa. Descansar cansa.
Trânsito cansa até quem é pedestre.
Compras de natal? Ô se cansa... Principalmente quem não compra nada no natal.
Amar cansa, assim como estar sozinho. Turma de amigos cansa.
Análise cansa. Religião cansa (sempre estive cansada dela).
Estudar cansa muito. Ignorar cansa. Pensar então? Cansa adoidado.
Ser mulher cansa, ser pessoa cansa.
Ser cidadão, cansativo!
Tudo cansa?

E aí, fazer o quê com tanta canseira?
Tomar o champanhe do esquecimento e começar tudo de novo!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Yes, we can.

Obama mostra a que veio.
Mudança. Yes, mas nem tanto.
O presidente americano deve defender os interesses do povo americano.
Os EUA devem assumir a liderança econômica mundial. Há outra liderança possível? A liderança é necessária a quem?
Os EUA estão em recessão há um ano, mesmo em estado de guerra.
Obama diz (ou sugere?) que os EUA devem ter força militar para apoiar seus amigos e enfrentar os inimigos. Esse é o papel da nação americana.

Na verdade, que eu saiba, a tal mudança não havia ficado tão clara durante a campanha... Que mudança será essa? Ainda não sabemos.
O que já sabemos é que os EUA continuarão investindo em armamento e defesa (!). Alguém achou que seria diferente em plena crise econômica americana e mundial?
Próximo alvo: Afeganistão. Alguém arrisca outro palpite?
A recessão assusta muito mais que extermínio. Desde que o extermínio aconteça no país inimigo, é claro.
Amigos e inimigos. Quais são as relações que determinam o lugar de um e o lugar de outro?

Mudança. Espero que a mudança não fique só na cor.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Homem Cavalo & Sociedade Anônima, da Cia Estável.

Quem não viu, perdeu! Embasbacante, apesar de muito simples e direto. Talvez por isso mesmo.
Lindo, lindíssimo, triste.
Ainda estou digerindo esse espetáculo, depois acho que vou falar algo sobre ele.
Saiu de cartaz esse final de semana, mas pode ser que volte no próximo ano. Vou torcer para que a companhia consiga continuar mostrando esse trabalho, e divulgarei por aqui.
Quem não conhece a Cia Estável, procure aí no google, vale a pena conhecê-los.

E olha que eu estou no maior bode do teatro, não é de hoje...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O ser que escreve para o ser amado

O ser que escreve não ama. É ser essencialmente diferente do ser que ama.
O ser que escreve pensa enquanto escreve. O ser que pensa não ama em pensamento.
Amo e escrevo.
Escrevo por uma necessidade. Amo e comunico. Respondo à sua escrita, meu amado.
Como deixar de comunicar o meu amor, em resposta ao seu amor comunicado?
Por outro lado, como comunicar por escrito o que meu estômago, intestinos, coração, buceta, ossos, músculos, útero sentem? Eles e eu te amamos. Mas não falamos nem pensamos amor.
Somos impregnados do amor que nos habita. Vivemos o amor, mas não falamos de amor.
Escrevo sobre uma idéia de amor, é sobre essa idéia que falo. Que fique bem claro que a idéia não é o amor.
O amor não acontece no plano das idéias. Acontece no meu corpo e no seu, quando eles se aproximam e também quando se afastam.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Um louco disse uma vez...

"... constato que o mundo tem fome e que não se preocupa com a cultura; e que é de um modo artificial que se pretende dirigir para a cultura pensamentos voltados apenas para a fome.
O mais urgente não me parece tanto defender uma cultura cuja existência nunca salvou qualquer ser humano de ter fome e da preocupação de viver melhor, mas extrair, daquilo que se chama cultura, idéias cuja força viva é idêntica à da fome.
Quero dizer que se todos nos importamos com comer imediatamente, importa-nos ainda mais não desperdiçar apenas na preocupação de comer imediatamente nossa simples força de ter fome.
Se o signo de uma época é a confusão, vejo na base dessa confusão uma ruptura entre as coisas e as palavras, as idéias, os signos que são representação dessas coisas.
O que falta, certamente, não são sistemas de pensamento...; mas quando foi que a vida, nossa vida foi afetada por esses sistemas?
É um monstro no qual se desenvolveu até o absurdo, a faculdade que temos de extrair pensamentos de nossos atos em vez de identificar nossos atos com nosso pensamentos.
Se nos falta enxofre à vida, ou seja, se lhe falta magia constante, é porque nos apraz contemplar nossos atos e nos perder em considerações sobre a forma sonhada de nossos atos, em vez de sermos impulsionados por eles."

E por aí vai... Esse texto é um trecho do prefácio de "O teatro e seu duplo" de Antonin Artaud. Artaud foi poeta, ator, dramaturgo e ele fala de um teatro de crueldade. Ele passou boa parte de sua vida num hospital psiquiátrico, o que acho muito estranho. Ele não parece sensato?

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Jornalistas ou justiceiros?

Não aguento mais o tom de justiça do jornalismo. Sou só eu?

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Apresentação do IAdança, euzinha no elenco.


Quase todo mundo que me conhece sabe que estou dançando. O IAdança é um grupo de dança do Instituto de Artes da UNESP, é um projeto de extensão no qual os dançarinos (bolsistas) desenvolvem uma pesquisa ligada à dança, ao mesmo tempo que desenvolvem uma coreografia.
A coreografia se chama Dança de quem?
Venham assistir, eu acho o trabalho muito bacana.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Professor Doutor esclarece as diferentes acepções possíveis no conceito de "bambi"

É chato acordar às 6:45hs no sábado? É, mas se você tem uma aula interessante fica muito mais fácil.

Nesse sábado, um professor doutor (pela USP) nos apresentou o conceito de "bambi", em suas diferentes conotações, ou seja, no bom e no mau sentido. Talvez atendendo a uma demanda criada pela campanha da Sra. Marta Suplicy.

Para explicitar melhor o conceito, o Prof.Dr. nos ofereceu um exemplo da vida real. Um indivíduo muito chato, um mala, exigente, que exige muitos detalhes para fazer uma avaliação, esse é o indivíduo usado como exemplo. Esse indivíduo contém todas as características citadas anteriormente. Essas características podem ser resumidas da seguinte forma: é um bambi.
Mas agora atenção: esse é um exemplo de bambi no mau sentido. Foi a resposta às questões elaboradas pelos alunos que ficaram em dúvida em relação ao conceito de bambi. Daí a conclusão, a qual apenas um professor verdadeiramente doutor poderia chegar: existem duas acepções para o conceito de bambi, uma no bom e outra no mau sentido.
A partir dessas duas acepções do conceito, foram desenvolvidas outras especificidades que, talvez devido à minha falta de alcance intelectual, não fui capaz de apreender. Mas deixo o espaço do blog aberto ao debate, podemos continuar a discussão e talvez chegar a algumas conclusões.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Eu nunca tive muita dificuldade em estar sozinha, pelo contrário, gosto de ficar comigo. Tive poucos momento de solidão sentida, aquela que dói mas não tem ninguém pra resolver pra você. Isso é uma coisa.
Outra coisa é criar sozinha. Em determinado período, me vi criando sozinha, só eu e a Renata Kamla, que me dirigia. Foi difícil, tentamos adoidado, mas paramos o trabalho antes de chegar em alguma forma. Eu comecei a estudar, a Rê também, e sobrava pouco tempo pra gente, desanimamos. Paramos o trabalho.
Ao longo deste ano, acabei criando algumas cenas sozinha. Quem acompanha o blog, deve ter visto alguns eventos, saraus, que anunciei aqui. Para cada um desses eventos criei uma cena. Além disso, estou dançando num grupo do IA (Unesp), e aprendendo muito sobre criação ali.
O fato é que, várias pessoas que me assistiram, me perguntaram se eu gostava de solos. E eu morrendo de medo de ser considerada egoísta, solitária, anti-social, etc, respondia que não. Não, eu só criei algumas cenas solo porque ninguém quer, ou não tem tempo, ou não tem saco pra criar comigo. É isso.
Mas pensando no assunto sozinha, e sem medo, entendi que eu gosto sim de solos. E acho que o solo expressa bem a nossa falta de tempo, de disposição ou seja lá o que for, a nossa individualização. E vejo dois lados, no mínimo, nessa questão. O artista que constrói algo sozinho, está dizendo que aquela é a sua posição. Não tem grupo para dividir a conta, não tem a coletividade para se dissolver. É ele. Por outro lado, uma criação solitária, expressa a nossa falta de espírito coletivo também. Com "a nossa", quero dizer da humanidade. A nossa falta de tempo pra contruir coisas juntos, seja trabalho, ou idéias, ou sentimentos, ou eleições, ou criações artísticas.
Enfim, depois de relutar um pouco, resolvi que vou construir um solo, sim. Aliás, ele já está delineado. Vou juntar as cenas que fiz separadamente, que têm um diálogo entre si, e provavelmente terei que construir algumas transições, mas a cara do trabalho já existe. É bem provável que tenha um músico comigo, e dependendo de como a coisa se desenvolver pode-se tornar um duo, quem sabe? Agora, se o músico desistir do trabalho, será um solo, sem culpa.

No muro

TV GLOBO SE VOCÊ NÃO EXISTISSE HAVERIA "PAZ" NO WOLD

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Blog em crise

Este blog está em crise. Quem passa por aqui de vez em quando já percebeu que tenho escrito pouquíssimo no blog. Não que eu não esteja escrevendo ou pensando em nada, eu estou escrevendo bastante, mas são coisas que não entrariam nesse blog.
Relembrando como ele surgiu, percebi que ele não tem mais função. Eu o criei para escrever aqui minhas histórias, minhas poesias, minhas pobres formas literárias. Mas praticamente parei de escrever essas coisas.
Bom, eu sinto pena de deixá-lo e estou pensando em transformá-lo. Talvez pudesse escrever sobre teatro, assim os trabalhos que tenho escrito poderiam ser postados e discutidos aqui. Mas um lado negativo seria a redução de público, que já é pequeno. Ele se tornaria um blog temático, sobre teatro e suas consequências... será que alguém vai se interessar? Bom, que me ajudem os que por aqui passarem, opinem por favor. Enquanto isso vou pensando em como transformá-lo. Aceitamos sugestões (sempre). Beijos.

sábado, 13 de setembro de 2008

SARAU EXPERIMENTAL

Quem vai no sarau põe o dedo aqui! Hoje tem sarau no Instituto de artes da UNESP, entrada é grátis e cerveja baratinha.
A idéia do sarau é que seja mesmo experimental, quem tiver uma cena esquisita pode se arriscar lá. Eu vou com minha cena estranha, mais alguém?

Sábado 13 de setembro
à partir das 22 horas
local: sala fúrio do Instituto de artes.

Endereço: Rua Dom Luis Lasagna, 400
04266-030 Ipiranga - São Paulo - SP
PABX: (11) 2066-6500

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Encontro

Se encontraram por acaso, ele o caixa, ela a cliente de uma dessas padarias/restaurante de São Paulo. Encontro banal, mas ela sentiu que se dissesse alguma coisa pra ele, ele entenderia. Era raro pra ela se fazer entender.
São R$ 6,40, disse ele. Ela disse que achava que tinha trocado, enquanto vasculhava a carteira. Entregou 6,40 reais e ele respondeu: opa, por essa eu não esperava. Ela entendeu o seu bom humor, ele viu que ela entendeu, assim, duas pessoas se entenderam naquela tarde.
Num outro dia, se encontraram no mesmo caixa, ele entregou um chocolate com um bilhete que continha um nome e um telefone. Me pediram pra te entregar. Como assim? Um rapaz pediu pra te entregar o chocolate, olha o bilhete. Ah... é sério? É. Hum, que brega... obrigada. Ele sorriu, entendeu.
Ela saiu pensando em como era difícil se fazer compreender no seu dia-a-dia de aulas, trabalho, almoços em pequenos restarantes/padarias, ônibus, metrô, banca de jornal, supermercado, etc. E, simples assim, ele se tornou alguém especial, alguém que ela não sabia o nome, mas que a entendeu e foi também entendido, por duas vezes. Duas vezes. Duas pessoas se entenderam.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

nós e jesus

Da cama olhei jesus, nós saborosos
saborosa cama
nós e jesus

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Pérolas do horário eleitoral

Nas ruas, é o que o povo diz
Com a Marta vamos ser feliz
(licença poética?)

O Kassab é um homem de coragem.
(e sempre em movimento, ele anda enquanto fala e a câmera também)

Pesquei essas pérolas em menos de 5 min de programa, vou tentar assistir por mais tempo.

PS: O Kassab é duas vezes diplomado pela USP.

domingo, 10 de agosto de 2008

10 minutinhos de oração.

A campainha tocou de repente, quem será? O coração acelera sempre que acontece uma surpresa. Abriu. Três senhoras de coque e saias compridas, reconheceu uma delas, a vizinha do 63. Momento de silêncio em que se pensa em muitas coisas ao mesmo tempo. Uma delas se adiantou, não foi a vizinha - viemos convidá-lo para um momento de oração - pausa - são uns dez minutos... Não, obrigado.
- Sua mulher está?
- Está.
- Ela não gostaria?
- Mor?
- Não, obrigada.
- Então, licença. Obrigada.
Se olharam, que história é essa de oração? Um quase enfarte por causa de oração? Que negócio é esse de tocar a campainha dos outros sem avisar? E porque não convidaram o casal gordinho do 61? Por acaso a gente precisa delas pras nossas orações?
Não, nós não oramos mesmo. Mas se quiséssemos não seria por intermédio da vizinha. Uma mal educada que sequer agradece quando seguramos a porta do elevador... Impossível que ela esteja mais perto de deus do que nós. Tá certo, não acreditamos exatamente em deus. Mas temos uma idéia do que seja divino, e estamos mais perto do que ela. Mas afinal, por que tocou justo a nossa campainha?
Ah, ela ouve a gente transando! Só pode ser. Ou quer entender porque não aceitamos participar da terapia do amor. Ou entender porque continuamos segurando a porta do elevador pra ela, que nunca agradeceu. Ou quer conhecer nossa vida... sei lá.

mínima

amor carrapicho,
grudento e dolorido
cachaça e comprimidos

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Vi no jornal nacional

Fiquei super feliz ao assistir o jornal nacional ontem, vi uma matéria que contava que mais de 1 milhão de pessoas saíram da linha da miséria. A D. Maria (nome fictício) por exemplo, mora em uma favela em São Paulo, num barraco de um cômodo e hoje (depois de sair da linha da miséria) pode comprar os eletrodomésticos que quiser, comprou um som (R$ 940,00) que era seu sonho. Claro que a D.Maria não tem R$ 940,00 para pagar num som, à vista, mas as instituições financeiras estã aí pra isso, não é? É isso aí minha gente, os brasileiros saem da linha da pobreza e os bancos ( e afins) agradecem.
Depois tem gente que reclama da situação do país... ô povinho negativo esse brasileiro. Estamos em festa, a festa do crédito!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Fome e arte

Ontem fui a uma dessas leituras dramáticas, que os artistas promovem, a custo de muito suor, para divulgar a arte, o teatro, a literatura, a educação, etc. Texto do Feydeau (Feideau?), pra quem não faz teatro e portanto nunca ouviu falar, é um francês que escreveu vaudevilles, comédias de costume, e não é o Molière.
No final da leitura sempre há um debate, durante o debate todos concordavam que precisamos abrir mais espaço pra cultura, que as iniciativas boas devem ser incentivadas, que os artistas esbarram em burocracia e falta de vontade quando querem fazer seu trabalho, que o povo é carente de educação e cultura, que o teatro é um sacerdócio, segundo uns, ou um amante caro, segundo outros.
No final do debate havia um coquetel para comemorar o encerramente daquele ciclo de leituras, sim as leituras são organizadas em ciclos. Todos os presentes foram convidados a participar da comilança, tinha cerveja geladinha em baldes, patês gostosos que a gente não sabe do que é, garçons e garçonetes educados. Uma fartura conquistada com muito esforço, certamente, porque quando comecei a frequentar essas leituras tinha no máximo um guaraná com cream craker.
Enfim, nos jogamos, disputamos as vagas privilegiadas em volta das mesas, eu estava com fome, só tinha almoçado há muito tempo. Comi todos os patês e a batata apimentada (deliciosa), sempre com um copinho de cerveja na mão, pra acompanhar. Conversamos com nossos amigos, fizemos aqueles contatos sociais, todo mundo se gostando, feliz em compartilhar um momento de sucesso, sim posso chamar de sucesso.
Logo percebi que tinha algumas pessoas que não tinham assistido à leitura e só chegaram na hora da comida, não estavam sequer adequadamente vestidas, ou limpas, não socializaram, apenas beberam e comeram de graça, avidamente, sem nem apreciar o sabor da comida. Aparentemente eles tinham fome e sede, mas fome e sede de verdade, algo diferente da minha. Acho que eles não têm uma casa com lavanderia, pra tomar um banho quente e lavar os trapinhos encardidos. Acho que eles não têm muita educação, nem acesso à arte. Acho que eles não teriam dinheiro pra fazer uma refeição como aquela, pãezinhos e patês. Cerveja grátis, pode ser um sonho de vida. Eram dois homens, e fiquei surpresa (positivamente) por terem comido a vontade, sem interferência dos seguranças. Mas fiquei ainda mais surpresa por serem somente duas pessoas, porque eu sei que do lado de fora, ali na Praça da Sé, tem muita gente com fome e sede. Enfim, eles comeram, beberam e se foram em algum momento.
Nós ficamos ainda por ali, mesmo depois de matar nossas fomes, conversando, socializando, falando de arte, de projetos, de desejos, etc. Ficamos até bater o cansaço, até lá pelas 23 hs, e fomos pra nossas casas.

Moral da história: Uns têm fome de arte, outros de comida. Acho que chega a ser imoral, imoral da história.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

A verdade

Tá o maior bafafá porque os ladrões, ops!, ricaços foram algemados. Gente, não é vergonha nenhuma roubar, ainda mais se forem bilhões, mas ser algemado é o fim. Algema é coisa de pobre ou de filme policial. Pobre pode apanhar da polícia, ter os filhos fuzilados pela polícia, correr com sacolas de supermercado no meio do tiroteio... tudo bem, eles são pobres e já deviam estar acostumados. Mas algemar ricaços, frequentadores das altas rodas, gente que ganha a vida roubando honestamente para gente ainda mais rica, isso é abuso da polícia federal. É espetáculo pra mídia...
Zente, o que não é espetáculo pra mídia? Me conta...
O Willian Boner nem fica mais vermelho quando explica porque a Grobo tem exclusividade nas imagens da polícia federal, nem quando justifica a exibição de imagens escandalosas, afinal o público tem o direito de saber de tudo, é a função do jornalismo mostrar a verdade.
A verdade. Muito se faz em nome da verdade, ninguém gosta de ser enganado não é? Nem mesmo o povo brasileiro. Nós merecemos ter acesso à verdade, sem dúvida. Ainda bem que temos o jornalismo, para nos mostrar a verdade, ou ao menos uma pequena parte dela, de vez em quando.

Mas olha, a verdade é uma coisa que realmente mete medo. Não só em políticos, ladrões, ops, ricaços, e jornalistas. Mete medo em gente normal também, em todo mundo... afinal, o que é verdade? Bom, mas isso é assunto pra outra hora. Saudades do meu broguinho...

terça-feira, 3 de junho de 2008

Hã?

É tanta coisa a dizer que calo.
Tanta indignação, dor e saudade, amor e descoberta.
Trânsito, tristeza, tato.
É vida e diante da vida, calo.
Palavras são só palavras, por mais indignadas ou lindas que sejam. Vida é vida, e vou dizer o quê?
Mania de dizer e dizer e dizer e...
São tantas coisas, choro, espirro e gozo. Ao mesmo tempo.
O que dizer durante a queda livre?

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Sarau da Experimentação

Neste sábado, dia 10, vai acontecer o Sarau da Experimentação, no Campus da Unesp. Será um encontro pra troca de experiências, para mostrar trabalhos ainda em fase de construção e experimentação.
Quem quiser, é só chegar, eu vou experimentar uma cena também.
Aliás, esse texto aí embaixo é pra essa cena.

Sarau da Experimentação
Neste sábado, l0 de maio
Campus da Unesp
R: Dom Luis Lasagna, 400, Ipiranga.
Horário: 20 hs.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Esclarecimentos sobre a cegueira

Aconteceu, todos os homens cegaram.
No trabalho, a caminho, no banho, nas universidades, nos bares, nas casas
Todos cegos.
Ao contrário do que se esperava, quase nada mudou
A rotina se arranjou muito bem com essa cegueira, dizem até que melhorou.
Mas é inegável, a cegueira se espalhou
Em todas as classes sociais.
Dizem até que não é mais correto falar em:
1- Classe social
2- Luta de classes
Os motivos são óbvios, havendo uma só classe:
Os cegos
Não temos mais razão pra falar em classes e menos ainda em luta, termo este que já estava há muito ultrapassado.
Todos os homens são iguais perante a constituição
Todos os homens são iguais na sua cegueira.
Sendo assim, prevendo que algum homem possa ser imune à cegueira, ou se recuperar dela, fica decretado:
- Aquele que ao abrir os olhos puder ver, será excluído do convívio em nossa sociedade. Condenado ao exílio, que viva onde não houver cegueira. Caso o condenado não encontre lugar para viver, poderá ele mesmo providenciar sua cegueira. Furando os olhos ou coisa parecida.
Esperamos com esse decreto, evitar tumultos e agitação, que podem ocorrer enquanto houver diferenças.
De hoje em diante, podemos comemorar, a igualdade tão esperada é agora realidade.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Convite


Pois é, me meti a dançar, e se não bastasse essa audácia, vou participar de uma apresentação no Sesc Pinheiros, amanhã. Quem puder vir, venha, será bem vindo.
É grátis, meu povo!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

AAAAI

Ok, eu sei que ando sumida daqui... mas estou muito ocupada de verdade, quero dizer de corpo e mente, e não tenho conseguido postar nada.
Mas, como hoje estou revoltada, quero reclamar:
SIM, AS MULHERES BONITAS, LOURAS E INTELIGENTES SOFREM PRECONCEITO!
Ou, pelo menos, eu sofro. Principalmente onde menos se espera, na universidade pública, e mais chocante: na área de artes. Infelizmente as pessoas são muito mal formadas e informadas, e só pra deixar claro, não falo só daqui da minha universidadezinha atual, mas de outras instituições e grupos que conheci ao longo da minha curta vida.
E só pra constar, sou bonita, loura e inteligente, mas não estou a serviço do imperialismo ideológico e econômico, não sou defensora do capitalismo, e sou representante legítima da classe operária (adoram esses termos), meu paizinho é torneiro mecânico e minha mãezinha é costureira, e como se já não bastasse minha origem para me legitimar, eu sempre trabalhei pra me sustentar. Tá bom pra vocês, ou precisa mais?
Antes que eu me esqueça, vão a merda, por favor!

PS: Um outro dia vou explorar melhor esse assunto, hoje foi só pra botar pra fora.

segunda-feira, 24 de março de 2008

auto-retrato

Ela olha meu auto-retrato na parede e acha que é muito triste.
Não sabe que se trata de auto-retrato, eu não acho triste.
Respondo que é meio triste e meio perplexo.
Ela discorda: é triste.
Digo que tristeza não é uma coisa ruim, depende. E além do mais temos as borboletas, logo ali na parede ao lado. Nem tudo é tristeza, nem perplexidade nessa casa. Temos as borboletas e as samambaias.
Ela parece achar pouco: é muito triste.

terça-feira, 18 de março de 2008

Pulgas

Uma das pulgas que anda picando atrás da minha orelha,é a pulga das câmeras de segurança.
Alguém mais notou que o número de reportagens em telejornais utilizando câmeras de segurança está crescendo?
Em uma semana devo ter visto umas 3 matérias sobre confusões em posto de gasolina. Os postos de gasolina estão ficando mais importantes, ou a importância reside (na curiosidade) de registrar imagens de pessoas que não têm consciência de que estão sendo filmadas?
Sim, todos sabemos que as câmeras de segurança estão em quase todos os lugares, mas elas estão lá em cima, são pequenininhas e justamente pelo fato de estarem em todos os locais, já foram incorporadas como parte da vida muderna. Em outras palavras perdemos a consciência da sua presença.
Não é novidade pra ninguém o interesse que temos em fuxicar a vida dos outros, temos aí vários exemplos de reality shows e similares para provar. A meu ver, participar de um reality show é uma atividade extra-cotidiana e depende da disposição do participante, ele tem consciência de onde está se metendo e se mete justamente por necessidade de se expor, aparecer, ficar famoso, etc. E não faltam intelectuais para escrachar a existência dos tais programas, justamente por isso e outros fatores sobre os quais não vou entrar em detalhes.
O principal problema da câmera de segurança é justamente a perda da consciência da sua presença, o (in)felizardo que trabalhar diante do monitor de uma dessas câmeras deve se esbaldar com os recortes de vida real que vê por ali, gente coçando a bunda, ajeitando o sutiã, se amassando no elevador, discutindo, e por aí vai...
E a câmera serve pra quê? Acho que uma função positiva é justamente registrar qualquer crime que ocorra dentro do seu foco de registro, num assalto por exemplo, as imagens ficam registradas e podemos sonhar com a possível captura não somente da imagem do ladrão, mas também do próprio ladrão. Dentro de um processo jurídico, certamente as imagens podem ser muito úteis, mas será que realmente são?
Voltando à questão da exibição dessas imagens em rede nacional... Qual a relevância? Uma notícia sem imagem não tem importância ou não tem impacto? Se as imagens fossem captadas por um repórter, de câmera em punho, onde todos os envolvidos estivessem conscientes da sua presença, essas imagens teriam o mesmo caráter? Ou os envolvidos se sentiriam inibidos?
Quando crimes como espancamentos, atropelamentos, assassinatos são exibidos através de imagens captadas pelas câmeras de segurança, temos a impressão que é realmente importante exibir as imagens e chamar a atenção sobre esses crimes, além do prazer de fuxicar, é claro... Mas a partir do momento que brigas em condomínios nos Jardins, entre estressados membros da nossa má educada classe média, se tornam notícia, não dá mais pra ignorar.
Que porra me interessa essa briga? Qual a relevância jornalistica? Será que não tinha nenhuma notícia mais séria pra ocupar o lugar dessa? O caminho do telejornal é se tornar mais um reality show?

O que eu quero dizer com tudo isso é: não devemos aceitar tudo que existe por aí como se fosse natural, ético ou digno. As câmeras de segurança têm uma função, mas isso não significa que estejam cumprindo essa função, e mesmo essa função deve ser questionada de vez em quando. O mesmo vale para o jornalismo e a televisão, aliás vale pra qualquer assunto, ou não vale?

quarta-feira, 12 de março de 2008

Dúvidas

- O teatro provoca mudanças? Que tipo de teatro? Que tipo de mudanças?
- A lei da reciprocidade é justa? Agora devemos humilhar os espanhóis?
- É vergonhoso assistir big brother? Isso importa?
- É possível não pensar em dinheiro?
- Vale a pena trabalhar por comida ou compensa fazer um regime?
- Tostines vende mais porque é fresquinho, ou...?
- É melhor deixar o carro parado em casa ou no trânsito?
- Quem atirou em Juvenal Antena?
- Quem matou Odete Roitman? Opa, essa eu já sei.
- Porque os homens fazem questão de dar sua opinião sobre a aparência das mulheres que encontram na rua?
- É melhor ter certezas ou dúvidas?
Sei lá, mas sei de uma coisa, as certezas acabam, as dúvidas jamais!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

domingo

Estava exausta, deitou de conchinha, meio tímida. Sexo é uma coisa angustiante, boa, mas cheia de uma coisa meio indefinida, uma certa insatisfação. Pelo menos pra ela, que tem 17 anos. Não que não tivesse gozado, tinha sim, mas depois que acabava sempre achava que tinha perdido alguma coisa.
Era a primeira vez que se apaixonava por um homem inteiro, incluindo o pinto. Depois que alguns anos se passassem, não saberia dizer porque se apaixonara por aquele homem, era o primeiro amor de pica. Ele não tinha nada a ver com ela, essa era a opinião geral, mas ela amava aquele como se fosse o único, o último. Só de pensar que poderiam se separar um dia, doía.
Aliás, doía mesmo, tudo doía e excitava nesse primeiro romance. Ficava tentando encontrar uma maneira de diminuir a incerteza daquilo tudo. Ele era dela hoje, mas dificilmente seria pra sempre, sabia disso. Ela arquitetava grandes planos pra vida dos dois, até dividia alguns com ele, parecia que sua vida estava atrelada a dele pra sempre. Não sabia nada do futuro, exceto que ele era parte dele.
Ele não sabia, mas ela estava arrumando um jeito de morarem juntos, claro que dependia de uma série de fatores, alguns fora do seu controle, mas a idéia era boa. Claro que as famílias não iam gostar e iam colocar empecilhos, mas se ele aceitasse... Ia dar um jeito de fazer faculdade em outra cidade e ele poderia ir junto com ela. Só iria se ele fosse. Tinha certeza que ele ia topar, mas ainda não tinha tido coragem de perguntar.
O dia que eles terminaram era domingo, e chovia. Ela não gostava mais dele, não tinha a mínima vontade de morar com ele, nem acreditava que tinha pensado nisso um dia. Ele não tinha nada a ver com ela, era tão chato. Ela não via a hora de terminar aquela história e seguir em frente. Ele chorava, sempre chorava quando queria alguma coisa. Que chatice, sempre igual, ele faz aquele circo e ela não tem coragem. Agora é diferente.
Depois do rompimento ia haver aquele período de choradeira, mas estava decidida e não ia voltar atrás. Ele foi embora no ônibus, ela ficou acenando e sentiu um alívio enorme. Ele era o último resto da adolescência que estava indo embora. Tchau.
Pouco tempo depois, ela também ia pegar o ônibus num domingo e deixar a cidade. No dia que partiu estava diferente, era ela mesma. Olhava a estrada e pensava, eu não vivo mais aqui, quando voltar vai ser a passeio. Sabia que não ia sentir saudades, ela era assim. Abandonou a velha vida que não lhe servia mais.

Num domingo chuvoso, o vizinho tocava sax, eu não o conhecia, só de ouvido. Depois de uma hora ouvindo o lamentoso saxofone e o barulho da chuva, estava irritada. Depois de duas horas pensei em sair um pouco de casa, mas a chuva me desanimou. Na terceira, quarta e quinta horas tentava sentir prazer com o som ambiente. Na sexta ou sétima hora, não sei ao certo, ouvi junto com a música, esta história de uma menina qualquer, igual a tantas outras, que tinha uma história de domingo pra contar. Sentei e escrevi.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Trauma

Superando traumas:

- aniversário
Depois do meu aniversário frustrado de 10 anos, resolvi tentar de novo, reuni os amigos em casa pra comemorar os 28 anos, e funcionou!
- faculdade
Após duas tentativas, farei uma terceira. Passei de novo no vestiba e dessa vez eu termino o curso.
- pé
Passei esmalte pink nas unhas do pé. Pé feio, e daí?

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

31 de janeiro

Hoje é meu aniversário, 28 anos. Passa rápido não?

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

artesanato

Hoje fiz meu filho, meu feto.
Com agulha e linha o cerzi, misturado com o sangue das pontas dos dedos feridos na agulha.
Como minha mãe me ensinou, como a mãe dela a ensinou.
Fiz meu filho com minhas mãos e ele é meu.
Hoje fiz meu filho e morri, porque de hoje em diante não há vida senão a dele.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Ai

Ai, meu homem foi embora
E disse que não volta, ai
Acudam!
Não vivo sem meu homem
Cruel
Foi-se embora, levou o anel
E a minha vida, ai
Socorram, que eu morro
Me jogo no poço, deito na lama
Sem meu homem não vivo,
me enforco num pé de cebola
Avisem por aí, pra que ele saiba
ela perdeu o juízo, endoidou de vez
diz que se mata
Digam que: se ele não voltar me jogo,
me deito, me enforco, me entupo numa overdose de aspirinas e urubus.
Ai, ele foi embora
Que dor.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

naquele dia

Naquele dia que você me disse que eu estava linda, meu coração disparou. Não que nunca tivesse ouvido isso, mas você nunca tinha dito.
Naquele dia, respondi com um sorriso assustado, obrigada! E não sabia mais o que dizer. É que eu queria que você gostasse de mim de alguma forma, e tive esperança.
Eu sei que, naquele dia, você quis mostrar que gostava de mim de alguma forma e que havia esperança.
Naquele dia, nós dois ficamos meio eufóricos com a novidade e quase não nos reconhecemos. Como você explica que eu não me lembre da sua expressão? Eu queria lembrar.
No dia seguinte ainda estava tão eufórica, que liguei pra uma amiga pra contar o que tinha acontecido entre nós. Claro que ela não entendeu, apenas fingiu que sim.
Dias depois do acontecido, nada mais aconteceu e eu fui esquecendo daquele dia. Hoje me lembrei e queria que você também lembrasse.
Lembra?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A música

Era menina bonita, mais pro tipo atrevida. Cabelo castanho avermelhado, igual quando era criança e esse era o tom natural.
Atiradinha, quis logo sair de casa, fazer faculdade, morar sozinha. Quis logo fazer tudo que tinha pra fazer, sem perda de tempo. Fez tudo.
No fim da faculdade não sabia o que fazer, voltar pra casa da mãe nem pensar. Ela queria mais, queria tudo que tinha direito. Ainda não tinha certeza do que queria, mas sabia que estava longe dali. Ali não tinha nada, nem o namorado que tinha deixado há poucos dias.
Acabou em São Paulo, como geralmente se acaba. Ali tinha tudo, era o que ela queria. Se embriagou da cidade, bebeu, comeu, fez e aconteceu. A cidade era sua. Estava presa à cidade.
A rotina épica da cidade engoliu a menina, ela seguia o fluxo. Quando se entra no ritmo da cidade tudo se acomoda, a vida corre.
Num belo dia, na verdade num dia cinza, a menina percebeu que estava dançando a música errada. A música da cidade não era a mesma que a sua. Descompassou-se. Não conseguia mais se encaixar naquele trânsito. A cidade continuava seu fluir indiferente.
Não entendia o que estava fazendo ali, era a ressaca da cidade. Tentava lembrar, mas a noite anterior latejava na sua cabeça. De repente lembrou que não tinha vindo procurar nada na cidade, tinha vindo procurar a cidade. Tinha vindo se procurar na cidade e a cidade a arrastou.
Pensou tudo isso pouco antes de dormir, naquele momento em que não se sabe se está sonhando ou pensando. Achou que tinha entendido uma coisa importante, mas não tinha certeza. E entendeu que era isso mesmo, era isso. Dormiu.
No dia seguinte acordou pensando: o que eu quero da vida? E (milagrosamente) não ouvia o ritmo da cidade... Ouvia outro ritmo, um ritmo conhecido. E durante todo o dia dançou esse ritmo, lembrou dessa música. Dançou a música pela cidade. Era a sua música.

silêncio

Não me fala de você
Que me interessa o que sente?
Só quero silêncio.
Não fala!
Vou me fingir de surda. Sou surda. Surda.
Já acabou?
Me beija, me pega, me abre.
Faz tudo, mas em silêncio...ssssshhhh
Não me fala de amor.
Me beija, me chupa, me marca,
mas não me liga.
Eu gosto do silêncio.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

santidade muderna

Santa
uma puta santa do caralho
crente, meio fora de moda
meio militante demais, quase irritante
irrrrritante, sabe?
mas era por ser boa e crente
meio depravada e boca suja, mas boa
boa demais pra uma santa
e tinha uns olhos, uns olhos...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Ano novo, vida também

Nesse ano novo eu prometo:
- perder 3 kg
- fazer exercícios
- estudar mais
- beber e fumar menos
- encontrar mais com os amigos
- e atualizar o blog com frequência

Ha ha ha!