sexta-feira, 1 de junho de 2012

o menino dos caminhos

Para ele tudo tinha o seu caminho, tudo tinha trajetória. Tudo mesmo, assim, absoluto.
Desenhava a família: ela seguia um caminho, cada quadro era uma parada e o caminho não acabava. Desenhava a escola: era um caminho cheio de esquinas. Desenhava livre e sua liberdade se achava nos caminhos labirintos. Desenhava o futuro, a felicidade, um retrato, uma paisagem, o sonho, a vida. Cada desenho era um caminho, por que mudar?
Cada caminho era diferente dos outros, nunca teve a preguiça de fazer um desenho igual. Ainda que ele pisasse sempre o mesmo asfalto, sempre a mesma calçada, atravessasse a rua sempre no mesmo ponto, de casa pra escola e da escola pra casa.