sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Um louco disse uma vez...

"... constato que o mundo tem fome e que não se preocupa com a cultura; e que é de um modo artificial que se pretende dirigir para a cultura pensamentos voltados apenas para a fome.
O mais urgente não me parece tanto defender uma cultura cuja existência nunca salvou qualquer ser humano de ter fome e da preocupação de viver melhor, mas extrair, daquilo que se chama cultura, idéias cuja força viva é idêntica à da fome.
Quero dizer que se todos nos importamos com comer imediatamente, importa-nos ainda mais não desperdiçar apenas na preocupação de comer imediatamente nossa simples força de ter fome.
Se o signo de uma época é a confusão, vejo na base dessa confusão uma ruptura entre as coisas e as palavras, as idéias, os signos que são representação dessas coisas.
O que falta, certamente, não são sistemas de pensamento...; mas quando foi que a vida, nossa vida foi afetada por esses sistemas?
É um monstro no qual se desenvolveu até o absurdo, a faculdade que temos de extrair pensamentos de nossos atos em vez de identificar nossos atos com nosso pensamentos.
Se nos falta enxofre à vida, ou seja, se lhe falta magia constante, é porque nos apraz contemplar nossos atos e nos perder em considerações sobre a forma sonhada de nossos atos, em vez de sermos impulsionados por eles."

E por aí vai... Esse texto é um trecho do prefácio de "O teatro e seu duplo" de Antonin Artaud. Artaud foi poeta, ator, dramaturgo e ele fala de um teatro de crueldade. Ele passou boa parte de sua vida num hospital psiquiátrico, o que acho muito estranho. Ele não parece sensato?

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Jornalistas ou justiceiros?

Não aguento mais o tom de justiça do jornalismo. Sou só eu?

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Apresentação do IAdança, euzinha no elenco.


Quase todo mundo que me conhece sabe que estou dançando. O IAdança é um grupo de dança do Instituto de Artes da UNESP, é um projeto de extensão no qual os dançarinos (bolsistas) desenvolvem uma pesquisa ligada à dança, ao mesmo tempo que desenvolvem uma coreografia.
A coreografia se chama Dança de quem?
Venham assistir, eu acho o trabalho muito bacana.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Professor Doutor esclarece as diferentes acepções possíveis no conceito de "bambi"

É chato acordar às 6:45hs no sábado? É, mas se você tem uma aula interessante fica muito mais fácil.

Nesse sábado, um professor doutor (pela USP) nos apresentou o conceito de "bambi", em suas diferentes conotações, ou seja, no bom e no mau sentido. Talvez atendendo a uma demanda criada pela campanha da Sra. Marta Suplicy.

Para explicitar melhor o conceito, o Prof.Dr. nos ofereceu um exemplo da vida real. Um indivíduo muito chato, um mala, exigente, que exige muitos detalhes para fazer uma avaliação, esse é o indivíduo usado como exemplo. Esse indivíduo contém todas as características citadas anteriormente. Essas características podem ser resumidas da seguinte forma: é um bambi.
Mas agora atenção: esse é um exemplo de bambi no mau sentido. Foi a resposta às questões elaboradas pelos alunos que ficaram em dúvida em relação ao conceito de bambi. Daí a conclusão, a qual apenas um professor verdadeiramente doutor poderia chegar: existem duas acepções para o conceito de bambi, uma no bom e outra no mau sentido.
A partir dessas duas acepções do conceito, foram desenvolvidas outras especificidades que, talvez devido à minha falta de alcance intelectual, não fui capaz de apreender. Mas deixo o espaço do blog aberto ao debate, podemos continuar a discussão e talvez chegar a algumas conclusões.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Eu nunca tive muita dificuldade em estar sozinha, pelo contrário, gosto de ficar comigo. Tive poucos momento de solidão sentida, aquela que dói mas não tem ninguém pra resolver pra você. Isso é uma coisa.
Outra coisa é criar sozinha. Em determinado período, me vi criando sozinha, só eu e a Renata Kamla, que me dirigia. Foi difícil, tentamos adoidado, mas paramos o trabalho antes de chegar em alguma forma. Eu comecei a estudar, a Rê também, e sobrava pouco tempo pra gente, desanimamos. Paramos o trabalho.
Ao longo deste ano, acabei criando algumas cenas sozinha. Quem acompanha o blog, deve ter visto alguns eventos, saraus, que anunciei aqui. Para cada um desses eventos criei uma cena. Além disso, estou dançando num grupo do IA (Unesp), e aprendendo muito sobre criação ali.
O fato é que, várias pessoas que me assistiram, me perguntaram se eu gostava de solos. E eu morrendo de medo de ser considerada egoísta, solitária, anti-social, etc, respondia que não. Não, eu só criei algumas cenas solo porque ninguém quer, ou não tem tempo, ou não tem saco pra criar comigo. É isso.
Mas pensando no assunto sozinha, e sem medo, entendi que eu gosto sim de solos. E acho que o solo expressa bem a nossa falta de tempo, de disposição ou seja lá o que for, a nossa individualização. E vejo dois lados, no mínimo, nessa questão. O artista que constrói algo sozinho, está dizendo que aquela é a sua posição. Não tem grupo para dividir a conta, não tem a coletividade para se dissolver. É ele. Por outro lado, uma criação solitária, expressa a nossa falta de espírito coletivo também. Com "a nossa", quero dizer da humanidade. A nossa falta de tempo pra contruir coisas juntos, seja trabalho, ou idéias, ou sentimentos, ou eleições, ou criações artísticas.
Enfim, depois de relutar um pouco, resolvi que vou construir um solo, sim. Aliás, ele já está delineado. Vou juntar as cenas que fiz separadamente, que têm um diálogo entre si, e provavelmente terei que construir algumas transições, mas a cara do trabalho já existe. É bem provável que tenha um músico comigo, e dependendo de como a coisa se desenvolver pode-se tornar um duo, quem sabe? Agora, se o músico desistir do trabalho, será um solo, sem culpa.

No muro

TV GLOBO SE VOCÊ NÃO EXISTISSE HAVERIA "PAZ" NO WOLD

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Blog em crise

Este blog está em crise. Quem passa por aqui de vez em quando já percebeu que tenho escrito pouquíssimo no blog. Não que eu não esteja escrevendo ou pensando em nada, eu estou escrevendo bastante, mas são coisas que não entrariam nesse blog.
Relembrando como ele surgiu, percebi que ele não tem mais função. Eu o criei para escrever aqui minhas histórias, minhas poesias, minhas pobres formas literárias. Mas praticamente parei de escrever essas coisas.
Bom, eu sinto pena de deixá-lo e estou pensando em transformá-lo. Talvez pudesse escrever sobre teatro, assim os trabalhos que tenho escrito poderiam ser postados e discutidos aqui. Mas um lado negativo seria a redução de público, que já é pequeno. Ele se tornaria um blog temático, sobre teatro e suas consequências... será que alguém vai se interessar? Bom, que me ajudem os que por aqui passarem, opinem por favor. Enquanto isso vou pensando em como transformá-lo. Aceitamos sugestões (sempre). Beijos.