quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O ser que escreve para o ser amado

O ser que escreve não ama. É ser essencialmente diferente do ser que ama.
O ser que escreve pensa enquanto escreve. O ser que pensa não ama em pensamento.
Amo e escrevo.
Escrevo por uma necessidade. Amo e comunico. Respondo à sua escrita, meu amado.
Como deixar de comunicar o meu amor, em resposta ao seu amor comunicado?
Por outro lado, como comunicar por escrito o que meu estômago, intestinos, coração, buceta, ossos, músculos, útero sentem? Eles e eu te amamos. Mas não falamos nem pensamos amor.
Somos impregnados do amor que nos habita. Vivemos o amor, mas não falamos de amor.
Escrevo sobre uma idéia de amor, é sobre essa idéia que falo. Que fique bem claro que a idéia não é o amor.
O amor não acontece no plano das idéias. Acontece no meu corpo e no seu, quando eles se aproximam e também quando se afastam.