segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

não lembro de quando é esse texto

tempo silêncio
mesmo que o tempo e o silêncio sejam pequenos

ar, quando nada acontece
às vezes um balão incha de cor algum pedaço de ar
eventualmente o tempo se colore, mas basta um estouro
puf, sem cor, sem pedaço, nada

há pouco tempo me via num tumulto emaranhado de vontades
há pouco tempo me via cheia de novidades
sapatos coloridos, poças d’água
mijo

agora gostaria de silêncio
de estouro e ausência
o tumulto está cheio de pretextos que se acumularam de tal forma
que tornaram tudo bobo, infantil

filhos, amigos, família, profissão, crença
manias, álcool e outras drogas
super heroísmo e sexo
bondade

não adianta mais rasgar a pele, nem gritar
agora só o ar e o silêncio

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

menino

chamado menino
- vem cá menino
menino indo, menino sendo
o olho do menino é reto, a mão branca, o cheiro é água e sal
o gosto de clara, o sorriso sem mágoa
o menino vai sendo menino
chama chega chupa chove chapa
canta clareia caçoa
cita, solta
uma lagriminha
menino ainda, sendo chamado menino
- você desiste?
- nunca