quinta-feira, 12 de setembro de 2013

convicta

arranco os pelos e isso dói, mas não me preocupa não.
preocupo-me com os porquês, como ter uma estante cheia e nunca pegar um livro.
ou quase nunca. corro os olhos pelas coisas que estão em desuso.
vejo os cinco cadernos cheios de folhas brancas e amareladas. pilhas de canetas e ideias bobas.
me apego ao que é mais concreto: os pelos. não os pelos em si, mas arrancá-los. no fim, são tão inúteis quanto os cadernos vazios.
desligar a internet e enrolar um cigarro, fumar esse cigarro e então abrir um livro.
ainda assim, as coisas em si não interessam mais. lavar a roupa ou escrever um poema, qual a diferença?
se faço tudo com um tanto suficiente de desatenção.
ando determinada a valorizar as mais pequenas coisas, quanto menor mais importante. afinal, é nas pequenas coisas... é nos pequenos frascos...
deixá-los ou arrancá-los importa menos do que a convicção com que o faço.
ontem elogiaram meu boquete e eu não me esforcei.
assim sendo, resolvo me tornar uma extirpadora de maus hábitos, também conhecidos como bons. aqueles que nos levam a ser sensatos.
abro mão de uma campanha e me engajo em outra com a mesma emoção com que ensinava noutro dia.
não sei bem o que é agora. se ler, escrever, ou só sair da internet. cortar as unhas, ser feliz, ou tomar uma cerveja.
tenho plena convicção disso.

domingo, 1 de setembro de 2013

microconto

eram três cadelas salsicha: bianca, medéia e shiva (a destruidora)