sexta-feira, 26 de agosto de 2011

sobre cães, gatos e borboletas

eu gostaria de lembrar agora do barulho que as borboletas fazem quando se encontram no ar e suas asas (sempre batendo) estão próximas. eu até me lembro do som, mas daqui dessa distância não posso ver as suas cores inimagináveis.
eu lembro também da cafungada dos cães quando dormem profundamente, dos espasmos e latidos abafados pelo sono. têm uma carinha atenta de quem corria em outros pastos quando acordam no meio do sonho, igual a mim.
queria ter uma gata manhosa em cima da minha barriga, ronronante e bigoduda. os gatos são pouco indiferentes, ao contrário do que os humanos dizem deles. eles só não aceitam qualquer coisa, eu lembro daquela gata.
lembro dos bons animais, mas mais que isso lembro da moça que pode olhar pra eles e vê-los. que pode lacrimejar diante de um sonho de cachorro e sentir o peso leve do gato sobre a barriga, sem exigir que eles a amem igualmente.
e o que pensar das borboletas tão lindas e rápidas que voam sem rumo definido? difícil mesmo é ignorá-las, assim como fixá-las e saber o seu tamanho exato, as suas cores e os detalhes dos seus recortes rendados. as borboletas são amadas rapidamente e intensamente, porque não é possível pegá-las nas mãos, nem acariciá-las, nem mesmo saber direito o que tinham de tão especial.

Um comentário:

Zíngara disse...

aii filha que lindo adorei bjs