terça-feira, 19 de junho de 2007

Assassinos, suínos e outras histórias...

Fui ver essa peça aí no sábado. Adorei.
Antes de assitir qualquer peça pergunto por aí o que está rolando a respeito. Nesse caso, me falaram que a peça era engraçada, mas era mérito da direção e atores, porque o texto era ruim. O texto é do Jarbas Capusso. Na verdade eu nunca acredito nessas críticas, só quero saber da opinião geral pra confrontar com a minha.
Adorei o texto. São dois assassinos profissionais que foram contratados pra matar um morador da praça Roosevelt, a peça já começa com os dois no apartamento do cara, que está amarrado. Desde o início você imagina que a peça vai acabar com a morte do cara. E o que eles vão fazer nesses 40 min de espera? Isso me intrigou logo no começo. É simples, eles conversam. Nesse papo você descobre que são amigos e sócios, um deles é espiritualizado, faz terapia e é romântico. O outro é mais racional e sua mulher virou evangélica, portanto não faz mais boquete e o casamento está em crise. O romântico teve a ajuda do colega pra matar a namorada, cujo corpo está no porta-malas. Eles vão ao batizado da esposa evangélica depois do serviço. E por aí vai... são pessoas (quase) normais conversando. Mas o que mais gostei é que a conversa é fragmentada, um assunto é interrompido por uma dor de barriga, uma manifestação da vítima, uma lembrança, uma discussão, o acaso, enfim não é aquela coisa certinha. É uma conversa de verdade.
Os atores estão super bem, o Guizé é sempre bárbaro, o Edu Chagas também e tem o João Fábio que eu não conhecia atuando. Estão bem mesmo, tem uma construção um pouco over, quase caricatura mas que funciona e ao mesmo tempo tem muita verdade. Acho que o dedinho da direção amarra bem essa loucura toda. Enfim, juntando tudo deu um bom caldo.
Estava um pouco cansada das histórias da Praça Roosevelt, eu gosto mas tem hora que dá no saco. O maior mérito dessa história é que é engraçada sem deixar de ser séria. Provocante. Adorei o final, mas não vou contar, vai que alguém lê essa minha crítica.
E pra quem disse que o texto era chato, aí vai: eu discordo, você que não entendeu.
Entendeu?

PS: Não quero roubar o público do blog do Sérgio Salvia Coelho, portanto não vou me especializar em críticas.
PS2: O Sérgio Salvia Coelho não é meu parente.
PS3: Eu adoro as críticas dele, só ele me entende.

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