terça-feira, 6 de setembro de 2011

nada a fazer

a fonte seca
a palavra esvazia
o peito suspira uma última
o estômago se revira e na cabeça vêm tantas outras coisas
vem a conta de luz, o livro não lido
vem uma notícia trágica que revela um mal social
vem um aperto de mãos sincero
vem a incontável distância
(em algum momento a distância se tornou intransponível)
vêm as justificativas falsas e os farrapos
de um tecido que um dia teve cor

o leite secou
a saliva e o choro
estômago e olhos revirados são sintomas fatais de morte
lenta
len ta
len ta mente conquistada a duras penas
difíceis de arrancar da pele esturricada
do corpo machucado pelo deserto prolongado

não há mais nada a fazer doutor
o plano de saúde não cobre nem reembolsa
e a paciente não responde aos estímulos
nenhuma reação motora

Um comentário:

Zíngara disse...

Voce senpre me surpreende depois de patati patotia bla ble bua voce vem com nada a fazer e muito a dizer linda bjs