segunda-feira, 11 de julho de 2011

saudosa (já vou avisando)

após uma viagem congelante cheguei à cidade histórica de terra muito vermelha (sei dos meus arroubos e exageros, mas a ênfase vale: terra muito vermelha)
além da terra vermelha, que eu não via na madrugada da chegada, a cidade contava com kilômetros de grama e capim seco. é seco lá, o inverno, seco e ensolarado
lá tem sol o ano inteiro, no inverno o sol é mais amarelo e a luz está em todos os cantos. vale a pena reparar na luz e no sol do inverno
no céu muito azul, as pipas coloridas de rabiolas muito compridas (muito, mesmo) sobem e descem às vezes suaves, outras rasantes. no inverno venta mais e as pipas adoram, sabia?
na cidade histórica (ignorada), as casas são iguais há mil anos. quadradinhas, com suas varandas pequenas e janelas de frente pra rua. tem casas azuis, verdes, brancas e, mais recentemente, salmão e outros tons
muros baixos, fachadas rachadas ou reformadas, calçadas esburacadas ou modernizadas e
enquanto me distraio com os detalhes, me espanto com o horizonte ondulado e amplo (não existem prédios altos)
na pequena cidade, que nunca entrou pra história, tem outros acontecimentos e até crescimentos
mas é preciso fugir pras bordas e procurar com atenção, alerto que não vale a pena procurar pela banalidade do novo
lá o novo é copiado e não lhe cai bem
seus moradores andam em carros novos e velhos, podem facilmente perder os detalhes mais bonitos do lugar de dentro dos seus aquários (e perdem)
recomendo caminhar a pé e sujar um pouco as botas na terra vermelha, aquela terra gruda pra sempre e é o melhor suvenir que a cidadezinha tem pra oferecer

2 comentários:

Zíngara disse...

Adorei minha cidade tão bem ditada com suas palavras poéticas filha da terra vermelha do sol dourado e céu tão azul
muitos beijos no seu rostinho tão rosado minha borboleta

flávia coelho disse...

ai mãe, assim eu fico tímida... olha o pessoal. hahahaha. beijos.