sexta-feira, 23 de novembro de 2012

unha

de um dia pro outro as unhas começaram a rachar, uma aqui outra lá, depois todas. lembrou vagamente que a mãe dizia que se as unhas ficassem quebradiças, era sinal de algo errado.
pois quebravam e rachavam, camada por camada, dia-a-dia. antes longas e belas unhas, passaram a ser lixadas até o toco. mesmo os tocos lascavam.
sentia suas unhas vivas. as unhas pareciam ter vida própria e chocou-se por nunca ter pensado nisso.lembrou que as unhas dos mortos continuavam a crescer.
as suas cresciam ainda. até quando? talvez não devesse se preocupar com unhas que cresceriam mesmo após a sua morte.
ela, viva, crescia? rachava-se e abria-se camada por camada? dia-a-dia? talvez tivesse alguma coisa errada com ela, apesar de a mãe nunca ter relatado nada a respeito.

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