quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Um olho é um olho

Ele me olhava nos olhos com insistência. Sabe quando a pessoa não consegue parar de te olhar?
Eu estava comendo ainda, enquanto ele já tinha terminado e me olhava com uma cara de quem se divertia.
Nuvens, quando tudo é legal e você se sente. Ele se divertia e isso era bom.
Arregalei os olhos, fazendo uma careta pra ele saber que estava curtindo. Ele riu de leve.
Ficamos conversando em frente aos pratos sujos, íntimos. Zonza. Alegre. Leve.
- Preciso ir ao banheiro.
Quando me olhei no espelho, o delineador estava borrado. Um olho mais caído que o outro. Ridícula.
Comicidade não parecia uma qualidade naquele momento. Limpei o olho, tentei deixar os dois iguais de novo.
Agora eu não tinha mais certeza de que a noite estava boa. O riso. Merda.
Como podia mudar tudo tão rápido? Menos de 5 minutos antes ele parecia apaixonado. Agora ela era a ridícula.
Voltei pra mesa onde agora tinha um copo de cerveja me esperando. Ele sorriu.
Ufa!
Acabamos trepando loucamente, como dizem.
Depois de um tempo esqueci o olho, o delineador, o cheiro de comida enquanto ele ria. Esqueci tudo, inclusive ele.

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